Friday, December 15, 2006

Caos.

Como continuidade, com uma interrupção entre um acontecimento e outro, eu poderia me expressar agora com "a volta dos que não foram". Pelo simples fato de que, eu por me querer sempre correta, tentar pensar nos outros primeiro e imaginar que a minha presença pode machucar, iludir (que não seria bem essa a palavra, mas algo misturado a enganar) e depois simplesmente dar as costas e dias passando eu me dê por arrependida e tente voltar atrás.
Pessoas, o caos da biodiversidade. Uns tão transparentes, outros foscos. Eu não sei aonde me encaixo, e de começo, eu não enxergo ninguém. Todo mundo muito fosco. E eu novamente, por não entender toda a bagunça, dou as costas.
Até que eu me acostume a ignorar desafios e largue tudo por medo, ou preguiça, ou orgulho. Ou que eu troque tudo isso pors "e's" e então tudo se soma. A preguiça com o medo e o orgulho, e ai surge mais uma pessoa complexa para então tornar o mundo um super-caos.
Já tentaram vocês, simples mortais, escrever sob pressão? Um exemplo: Em um dia de vestibular colocam uma folha na tua frente, com um tema, ou dois, ou tres e dizem - "Vestibulando, você tem que escrever um texto sobre as folhas do pé de limão que contenha de 20 à 30 linhas. Por favor, faça uma dissertação". OK, o negócio é que, a única coisa que eu entendi foi a parte das linhas e da dissertação. Agora, que diabos eu posso escrever sobre a folha do limoeiro? Que ela é verde, mas às vezes seca... seria um ótimo começo. COMEÇO, mas e as outras 29 linhas e meia?
É exatamente assim que eu me sinto no mundo, obrigada a gostar de tudo que todo o mundo gosta. Forçada a aprender o que, a um século atrás, alguém disse que eu tinha que aprender. Escrever, decorar, falar, contar, ligar tudo na hora que alguém quiser. E quando eu tento dizer que, o meu tempo faço eu alguém vem com uma voz mansa e diz "querida, o mundo não pode te esperar".
Ou então quando alguém começa a te mostrar todos os teus defeitos, quando pra ti pareciam outros e agora aparecem novos, ou aqueles que consideravas, nem são defeitos, são imperfeições. Agora sim, quando uma pessoa os aponta, podes pensar em como nesse tempo todo convivendo, eu comigo mesma, não notei e uma pessoa que entrou na minha vida a 4 meses notou? Tenha dó. O incrível é alguém apontar teus defeitos, não admitir os próprios, e meia hora depois te dizer que a ama. Palhaçada, grande palhaça chorona e confusa. CAOS!
Eu percebo que eu não dou ênfase ao que escrevo. Não costumo usar exclamação, ou interrogação. Pra que? Quem pode responder minhas dúvidas, da forma que eu quero que sejam respondidas se nunca falaram comigo.

É, eu poderia ser uma jornalista, com 26 anos e um nome estranho.

Tuesday, November 21, 2006

..~

O certo seria que eu, por certa que fosse morresse de velha. Mas de tão contraria e oposta que sou me nego e me entrego a morte de amor. Se fosse humilhada, pisoteada doeria menos que morrer por nada, esperando parada ela chegar.
Quando os destinos nos unisse, se fosse em outras vidas, nessa eu me lembraria. Ela não é do tipo que se esquece por ai, nas danças e esquinas da vida.
Poderia eu estar sofrendo de uma simples paixonite aguda. Afinal foram tantos anos de preciptações, esperas e por concluir uma ilusão, esquecimento. Hoje aprendi a não temer, a simplesmente desejar e o maior de tudo querer sonhar.
Se de outras vidas te trago, é de lá que lembro que um dia não foste minha, e que se isso aconteceu uma vez, eu precisaria não ter um dedal para medir meu esforço e te afagar em meus braços.
Não que seja algo romantico, até porque eu não sei escrever romantismos ou versos. Mas seria bom começar a te amar e me desgostar um pouco, pra depois me amar e te deixar um pouco e por fim, conseguir um equilibrio estavel entre você e mim.

Wednesday, November 01, 2006

00:13

tu te faz minha na plenitude e eu só me faço tua na longitude.
em faltas, desejos e vontades falsas eu.. me fiz.
eu giro, eu busco eu me faço.
eu me monto, eu começo a sentir e acontecer.
eu beijo, eu ouço, eu falto.
eu sinto vontade.
eu, eu, eu.

eu, meu.
eu, teu.

eu tenho vontade de te ter, e não tenho vontade de me dar.
me pertencer sem me perder.
eu, me, mim.
eu me perco, eu me perdi.

andava, e sentir mais adrenalina do que escorregar no chão encerado.
correr, firme e forte e me perder.
os carros, tudo passa e eu fico.
eu me perco pela janela sem ninguém me observar.
me tranco, eu me faço observador.
me tenho, me pertenço.

eu falo, gesticulava.
dominio, comprado.
eu canto, eu molho, eu passo as mãos.
reconheço o corpo perdido.
é, era. meu, teu.

eu grito, não aguento.
a chuva, o vento, a água.
água caindo, tombo.
eu sonho, eu acordo, eu levanto.
enlouqueço, devaneio.

ouço, me calo.
compreendo, manipulo, eu mudo.
divergir, opinar, consequencias.
eu pulo, eu mato e planto.

eu me perco, eu te ganho.

Sunday, October 08, 2006

agora que seus problemas amenizaram você, por favor, poderia parar um pouco, largar as coisas pelo sofá, sentar no chão comigo e me ouvir falar o que tem me acontecido?
bem difícil gostar de alguém, e ver alguém gostar de alguém que não seja eu.
mais difícil é saber que já tivemos um tempo juntos, com prazo de termino, e enchergar que metade do prazo foi determinado por mim, que nunca respeitei ninguém, quanto mais alguém.
sem nuvens, ou olhos embaçados, hoje eu vejo com clareza que eu gosto dela, e que ela poderia me fazer bem.
que as mensagens, quando me oferecia luvinhas em dias frios, me cobrava o bombom prometido, os dias de frieza. tudo me faz ter certeza que nos encontramos em nossas tão semelhantes diferenças. tentamos, por tanto tempo, nos fazer de difícil que agora não nos encontramos mais, e é estranho, dói.

Friday, October 06, 2006

~~

Hoje, com a chuva, os vitrais das minhas janelas choram, um choro forçado.
Alguns, com desenhos eternos de sorrisos desenhados, choram de felicidade.
Outros, com amargura e expressão feroz, urram um choro enraivecido.
Eu, diante de tudo, observo tentando entender e adivinhar o choro com sentimento de cada um, querendo transparecer como eles minhas lágrimas, mas com o mesmo mistério de não deixar os outros entender.
Não gosto de deixar que me entendam, não que eu não goste, mas parece que quando me decifram tudo fica mais.. entendido e simples. E me sinto impotente porque, se nem eu não me entendo, como pode alguém de fora, em outro corpo, com outra mente e alma, me entender melhor do que eu?

enfim, no fim tudo se estabelece.

Monday, October 02, 2006

*-~

de tempos em tempos, quando começam a vir ventos e águas ou quando surgem folhas no chão eu me pego em uma fase de nostalgia, medo e insegurança.
as pessoas mentem, e eu não entendo o significado da mentira, nem o motivo. as vezes eu nem me importo com a mentira dos outros, eu só não entendo porque eles se importam com as minhas mentiras.
certa gente prefere dizer que omitem fatos, eu simplesmente os escondo pra mim porque não vejo motivos pra lhes contar, não vejo como satisfação, mas simples comentários me encomodam.
se ninguém me conta, se alguém esconde, porque devo eu estar sempre a falar e falar sobre o que acontece ou deixa de acontecer? e se eu simplesmente achar desnecessário?
enfim, ninguém entende e eu nem exijo que entendam, basta que compreendam.

Sunday, September 03, 2006

7, 8, 9

eu queria, por agora, sentir saudades da saudade sentida por mim. queria poder te ter perto, sussurar sem deixar vestigios dessas saudades sem fim. em leves gemidos poder preencher o temido medo de me perder em ti, e de vez em quando sentir saudades só de não ser eu, minha. porque a partir dos dias passados em que eu não era tua, não sentia saudades de sentir saudades porque eu simplesmente não a tinha. e depois me apareces de longe, me escreve meia duzias de palavra e eu me perco sem encontrar um fim. queria poder morrer de amor, mas de amor por mim.

Monday, August 07, 2006

456

em questão de tempo, de mórbidas palavras soltas e ternos sorrisos. beijos, abraços e laços misturando tudo que era ritmo num só compaço, eu mexia nos meus sentimentos e na minha alma contigo. eu dançava nos mesmos passos, ao mesmo som, em penumbras e totais sombras deixando cada dois-pra-lá mais leve e sem rima. e que importam as rimas? e que importam os suspiros?
meu coração é teu, aderentes. colados com superbonder, aberração pro resto do mundo ver e admirar. meu e teu, nosso, um só. inveja em vermelho pulsante, como as unhas pintadas que arranham e tocam violão numa canção melosa sobre manhãs seguidas a dois.
a cama desarrumada, as roupas espalhadas e a carteira de cigarro, somos únicas, intimidade de casal com direito a apertos demorados e beijos quentes sem perceber se alguém espia pela brecha da fechadura. e se espiassem? a única coisa que teriam a fazer era arder de ódio por não ter uma igual, por ser minha e de mais ninguém, por sermos nossas e não nos dividirmos.


começando a achar um começo.

Monday, July 24, 2006

123

eu sinto quando chove, uma grande sensação de vida. não sei se é porque lembro de nós andando devagar enquanto caía a chuva fina do céu, de mãos dadas, sem se importar com o que pesavam, ou se é porque me dá saudades de quando eras minha, e hoje percebo que não és mais.
sinto vida, porque meu coração bate, mas bate apertado e devagar. e tudo me parece complicado sem você comigo. o que vem do céu, com o dia nublado, parece transparecer meus pensamentos e sentimentos inacabados.
não adianta eu tentar dizer que não gosto mais de você, porque és parte de mim, e eu me engano pensando isso. e eu penso em você todo o dia, e eu guardo as lembranças, em especial as não concretas, pois essas ninguém pode me roubar, nem tentar apagar.
ninguém enxerga o que se passa dentro da minha mente, e os meus sonhos lúcidos eu não conto, levo pra mim.


que droga é essa?

Thursday, July 20, 2006

aflição

De tanto procurar, quando cansei achei um corpo pra amarrar minha alma. E é linda, suas tão minhas reluzentes mechas louras em um cabelo castanho. Podia ver até mesmo com os olhos fechados, e cada vez mais me surgia. Era quente, que em murmúrios lhe dizia desejos, vozes de veludo suaves. As suas mãos de quem sempre tocara uma canção de paixão, que arde e queima não se sabe onde. E a saliva vinha doce em minha língua, escorrendo por entre os lábios numa troca de carinhos. Por viver a eternidade em momentos cálidos com ela. Transcrevendo amores por entrelinhas de cobiças e vícios, pecados. Só com ela, por ela. Talvez por isso me dói tanto essa distância.



Faz tanta falta o teu amor.

Monday, July 17, 2006

sem fim

Se o teu silêncio pudesse me calar. E se as tuas dúvidas fossem as minhas respostas, meu amor, precisamos abrir os olhos e ver o mundo que nos segue.
Volta e meia há alguém como eu a te observar de longe, fechado e inquieto. Sem aproximações que o medo impede.
O amor me consumiu, me reprimiu. Não é reciproco, posto que nem sei se é verdadeiro da minha parte. Não consigo ainda distinguir amor de paixão, é tudo tão incerto.
Ao leve som de de pianos e violinos eu me vejo ao teu lado, denovo. Eu escuto teus risos, tua voz. Eu consigo sentir teu toque, tuas mãos geladas em minha nuca, teu perfume. Consigo ver teus medos, sentir teus desejos e tentar saciar a sede, tão diferentemente exótica.
Eis que teu nome não sai mais da minha boca, nem a tua imagem da minha memória.

eu me sinto incompleta.

Wednesday, July 12, 2006

remate.

é nos momentos mais difíceis que eu (especialmente individualista) consigo explorar as palavras. rodo, giro, extrapolo. em frases, textos, palavras e significados. me sentindo sozinha e reprimida, num extenso vazio intenso. na beirada de um abismo ou poço, fica a merce de vocês quererem também definir aonde eu me encontro. eu não posso olhar pra um lado, e não é por culpa de um torcicolo, eu não sei de quem é a culpa, talvez nem exista um culpado. sem contar também que meu coração foi devastado. ele tinha vida, tinha! não tem mais. e a minha boca que teima em exclamar resmungos de risadas, e o nervosismo espremido em espirros. prestem atenção no olho, enquanto ela ri, os olhos.. vejam os olhos! num pranto alucionogeno fingem chorar pelas gargalhadas. simplesmente, não existem. e alguém se importa? seria por total responsabilidade do individualismo visto por outros olhos como egoísmo? ora bolas! quem nunca amou de querer pra sí, trancar-se no quarto e viver entre duas? mas e se é distante? e se tem que ir atrás? que porra é essa de falta de vontade? que tamanho que é esse amor taxado de infinito?

eu nunca consigo achar um fim.

Wednesday, June 28, 2006

transição.

há tempos em que me sinto massinha de modelar, fácil de me adaptar a tudo, qualquer situação me parece conveniente. porém há horas que não consigo se quer concordar com a opinião dos outros. tenho passado por momentos de tolerância. e deixo tudo desconecto, sem nenhuma ligação ou explicação, simplesmente falo, faço, copio, tento.

nos últimos meses eu não tenho sido eu mesma, continuo a mesma por fora, mas por dentro eu camuflei, escondi muita coisa. se eu me virasse do avesso algumas pessoas não me reconheceriam. meu corpo não é mais inerente à minh'alma. e por incrível que pareça, os mais próximos não notam a minha artificialidade, só eu.

as mãos suadas, a vergonha, bochechas rosadas. eu cheguei de um jeito, eu me transformei em outra pessoa mas eu ainda não sei como vou me sair. eu tento dar um jeito pra tudo e agradar todos ao redor, mas essa não sou eu. eu era verdade, hoje não sou nada. passei a escrever textos individualistas.

Sunday, June 18, 2006

sua..

eu tenho um pingo de amor translucido nos olhos,
um rio desaguando de amor por entre as palmas das mãos,
e um mar de ondas turbuluentas de amor dentro do coração.

ninguém além de eu mesma posso enchergar o amor como um todo no meu corpo,
na minha mente, na minha alma.
meu amor é amor sem fim, sem esquecimento, sem motivo.
feito de devaneio, de dor, de mentiras e soluços.
eu não tenho desejos carnais, vontades eróticas.
eu sou minha, mas ao mesmo tempo tão tua que me perco em lembrar, em pensar.

ao mesmo tempo que te sinto fria, o sangue corre quente em minhas veias.
ao soar das horas, sem perceber passar os minutos, vejo uma noite sem estrelas em minha frente.
você simplente não me pertence mais.
e ao ouvir o silencio da música que tocava ao andar-mos juntas, sinto uma dor forte que sufoca.

eu nunca deixei de te amar.

Sunday, June 04, 2006

Angel..

Procuro ficar vazia pra encontrar, quem sabe essa noite, a paz que não vejo a tempos. Desde que te provei pela primeira vez, tive sonhos perturbadores. Você por enquanto ocupa totalmente minha memória, meu coração e minhas esperanças. Suas lembranças vazam em meus olhos.

No final de mais um dia, eu procuro uma distração pra não mais pensar, a saudade despejada em minhas veias me corroe por dentro. Perdida em soluços, eu só temo me encontrar novamente em você. Eu te espero sozinha, trancada em um quarto de estrelas. Eu prometo agora te levar das ruinas, para meu silencioso devaneio.

Eu tento te puxar, mas atrás de mim uma chuva não me deixa confortar-te. O peso nas minhas costas tenta impedir-me de te buscar, mas eu luto contra qualquer que seja a dificuldade pra te abraçar em sussurros te dizer devagar as palavras doces, quietas nos beijamos.

Thursday, June 01, 2006

I will remember you..

eu vou lembrar de você, toda vez que o vento soprar e que eu sentir um frio na barriga, especialmente nos dias nublados porém quentes em que se olha pro céu e é tudo azul. lembrarei quando estiver esperando alguém desejado, mas não tão desejada quanto você. quando pegar a mão deste alguém e tremer como tremo agora, mas menos do que quando te senti. quando receber o primeiro abraço, que não vai ser inesquecível como o seu. quando der o primeiro beijo, ansiosamente esperado por dias. quando de mãos dadas andar por ruas, sem se importar com o mundo. mas não vai ser fácil como foi com você, vai ser estranho por não ser minha menina no lugar da outra pessoa. quando eu olhar pros lados procurando qualquer coisa, que te lembre, tão de leve e sútil. quando doer a mágoa de ver alguém partir, mas do que importa se não te tenho mais? a partida de mais uma, vai ser menos duída que a sua partida. quando eu pensar que nunca tive o seu amor, eu vou lembrar de você. quando a chuva cair fina, e eu passear de saia num dia de verão, e parar em banquinhos de frente pro mar, mas dessa vez eu vou estar sozinha, pois você não me acompanha mais. quando eu pensar como teria sido, se eu realmente tivesse te tido. quando eu paro pra pensar em você, eu lembro, eu vou lembrar de você.

Wednesday, May 24, 2006

mentiras..

tendo-o na mão, e saindo pela boca, arrancando meu coração com ímpeto e o deixando morrer, ofegante e disparado, em suspiros, perdidos e desvairados sussurros sem fim. cansado de bater cai em lentos movimentos até chegar aos teus pés. meu coração aos teus pés. pisa nele que te quer, e a mim deixa viver, sem coração uma mulher, não tem porque sofrer.

é por ai que se vê, o quanto pode sofrer alguém por peder um grande amor pra ninguém. em pensar como ela te fez sofrer e agora voltas correndo com ar feliz me deixando em desalento. sofre uma mente, um coração um mar de rosas, tranforma tudo que pode em tragédia. oh, simples teatro que foi viver um amor de quatro dias, alimentar uma eternidade em momentos e deixar morrer em segundos. triste o que não ama, rude o que não sofre, sofredor o que perde.

Monday, May 22, 2006

sangue..

ela sabe que não mais vai ter palavras, que nunca as teve. e imagina que mesmo com rastros de lágrimas e de morte no chão, não molha o bastante pra voltar a nascer os sentimentos. corre sobre a pele o vermelho do sangue do coração, e a cada gota caída um sussurro de não. imagina então quantos nãos terá de ouvir a mulher que agora é indefesa, ela mesma preferiu se ferir a deixar que o mundo a tocasse de maneira que a feichasse pra tudo. após o dia passar, e ela sem mencionar nada, ambas notam quais as qualidades e defeitos sem falar uma se quer palavra em voz alta, apenas cochichos no vácuo de uma sala. busca dentro da bolsa o que lembra ter ganhado um dia. eis que surge a lembrança, como em um filme, e as gotas de cristais profundas e amargas voltam a rolar. ela olha pro chão sem querer ser notada, evitando olhares propostos a outros seres que não os olhos dela, aquela que ama e que quer. longe já não consegue enchergar direito, e tudo que sobra é uma garrafa de vinho tinto suave, mas que no momento parece seco por matar as amarguras. ela tentou deixar tudo, mas nada queria a deixar, tentou voltar atrás, mas já não adiantava o sangue que escorria era terno e quente, e fervia borbulhando como gotas de amor sem fim.

Saturday, May 20, 2006

indif..

lembra tudo que eu te disse no bar naquele sabado chuvoso e friolento? lembra de tudo que eu prometi na sexta feira nublada? e do que eu reclamei no domingo de sol? não lembra? insignificantes mesmo. lembra do meu primeiro erro? também lembro. do primeiro pedido de desculpas? você não lembra? eu lembro assim, mais ou menos. e quantos mais vieram depois.. você lembra? lembra do teu primeiro erro? eu também não lembro do teu pedido de desculpas. não, eu não tenho mais vontade de nada contigo.

Wednesday, May 10, 2006

caindo..

levemente, a chuva cai rosa nesta tarde, e da janela eu vejo as gotas de cristais translucidas cairem mais rápido que eu, que meus pensamentos, que meus atos, que minhas forças, que minha vida, que meu tempo. cai de forma acelerada, diversificada, em vários timbres, e sons e tamanhos. mas sempre rosa, sempre fofa, sempre molhada, sempre fina. cai no cabelo, molha o rosto, escorre entre as palpebras e deixa se confundir com lágrimas. mas lágrimas são salgadas, e as vezes amargas e a chuva é sempre rosa, fofa, molhada, fina e doce.

Sunday, May 07, 2006

o fato é que..

o algodão branco visto no céu escuro,
não são nuvens vistas em dias de sol,
o algodão é branco/rosa e doce,
mas o céu é amargo,
meu amar-go céu da boca,
que de tanto amar outras bocas,
vem a ti dizer sem medo,
que te ama em sonho, ou desejo.
sem medo e cheio de ternura,
que te quer em algumas ruas escuras,
e pegar-te sem largar jamais.

meu céu em açucar transformou-se,
e agora espera por teu beijo doce,
para em estrelas luminosas se partir.

Thursday, May 04, 2006

e se..

e se realmente importassem os fios de cabelo fora de lugar, as gordurinhas a mais, as espinhas, a meia rasgada, a blusa já não tão branquinho e o tênis furado? e se importasse a maquiagem mal feita, as unhas não pintadas ou roidas..

mas não, não importa. lembranças e só.

Wednesday, May 03, 2006

saudades.

quando eu realmente vejo que não consigo nomear sentimentos, me pego pensando na mesma pessoa de sempre. não que eu tente evitar pensar nela, mas é que não é momentâneo, é a tarde inteira, o dia inteiro e por incrível que pareça, até nos meus sonhos existe uma perseguição.

por que? porque nos meus sonhos, eles deixam de ser meus, e se tornam nossos. sim, nossos sonhos, meus e teus. são lúdicos, mas eu posso mesmo te tocar, sentir, beijar. eu acordo chorando, recordando e me dizendo pra esquecer. mas ninguém, ninguém entende como é difícil? e se ninguém intende, é porque ninguém amou?

não são só lembranças, acredito que exista uma história toda pela frente. haverão os que vão concordar, e os que irão contra. mas o que importa? somos eu e você, não acha que basta? se no mundo houvesse só você, eu estaria completa. é claro que faltariam amigos, mas a maior parte do meu coração é sua, portanto eu estaria completa com você, não acha?

e quando eu vejo o teu rosto, sério ou as vezes com um sorriso, bochechas rosadas de vergonha, lembro-me tão claramente do dia em que fiquei te observando por horas, parecia que eu sabia que seria a última vez que eu te veria sendo só minha.


e eu não vou, porque não consigo, dar um fim a este texto pois existem esperanças de um final, quem sabe, feliz.

Sunday, April 30, 2006

ice..

Arrancar um sorriso de uma pessoa momentaneamente é fácil, o difícil, é torna-lo fixo. Isso acontece, por exemplo, quando se está apaixonado e esse amor é correspondido.. ah junto com os sorrisos vem uma chuva de suspiros, e acelerações continuas do coração. O mundo tem cores vivas, e tudo nele é lindo. Todos os barulhos passam a ser simbólicos e os momentos importantes. A vida realmente passa a ser vida.

Quando se proibe alguém de amar, é como tirar a cor, o sorriso. A mesma coisa que trancar uma andorinha em uma jaula. Proibir com pranto é ainda pior, sentimento de culpa no coração e tudo se torna pesado. Não consigo andar sobre minhas próprias pernas, e oque consigo falar não passam de frases feitas.

Alguém me proibe de amar, e eu não consigo lutar, porque os ventos vem com mais força e a maré é contra, o mundo conspira contra, tudo vem contra. Mas é momentaneo, como o sorriso proporcionado por segundos.

Tuesday, April 25, 2006

pegadas..

"É bem fácil apagar nossas pegadas na areia, dificil mesmo é, caminhar sem pisar no chão, ou seja, fazer algo sem deixar vestígios!"

Eu li isso em algum flog, e tive uma reação daquelas tipo: "NOSSA! Será que quem escreveu isso pensou muito ou simplesmente se espelhou nas palavras de um outro alguém?"
Pensei isso porque eu me espelho nas palavras das pessoas, porque eu me corrijo vendo erros dos próximos, e até mesmo os meus. Não sei porque faço isso se tenho como lema nunca dar satisfação da minha vida a ninguém, e fazer o que eu acho certo e não o que me impoem, o que vem ao caso é que será que tudo que é certo pra mim pode ser certo pros outros? Ou quem sabe inverter a situação e pensar: Será que tudo o que é errado pros outros tem que ser pra mim também?
Se pessoas são as próprias a dizerem que cada um tem seu jeito e modo de ver o mundo, e isso que faz tuso ser mais legal, porque impor tantas regras e tudo mais? Como eu tenho raiva de quem fala isso, mas na hora de por em prática é puro falso moralismo.
Pensamentos cheios de pré-conceitos. Porque não é o modo que eu me visto, com quem eu namoro ou fico, com quem eu ando, que vão me fazer uma pessoa diferente do que eu sou e igual as minhas companhias. Eu posso não ser auto-suficiente, porque jamais viveria sozinha, mas tenho certeza que não sou influenciavel.
Influencia, é outra palavra que está fora do meu vocabulário, palavrinha usava por fracos que tem que arranjar desculpa pra tudo: "Eu fumei porque fui influenciado, mãe." Por favor, seres influenciaveis, e que usam isso como desculpa simplesmente não tem personalidade, precisam seguir tendendias.

Eu fui a própria a dizer isso pra minha mãe, quando ela me questionou sobre atos que ela considerava errado, mas eu não considero. Ela chegou dizendo que por meus amigos serem mais velhos haviam me influenciado. Inguli a seco tudo que ela disse e explodi falando que ela enfiasse a porra da influencia no *&¨%$# dela. É eu fui um pouco mal educada, mas tenho dito, à minha pessoa não cabe a palavra influencia e tudo o que vem ligado a ela.

Nossa, lendo tudo isso percebo que não tem nada à ver com o pensamento que coloquei no começo do post, porém quem sabe um dia eu venha a escrever sobre pegadas deixadas e marcas na minha vida.

Monday, April 24, 2006

"Se me ponho a cismar em outras eras...

...Em que ri e cantei, em que era querida"

e por ai vai, os poemas de Florbela sempre vieram a me inspirar muito, me passa uma paz que outros poetas não conseguem. Talvez seja por ela conseguir traduzir sentimentos, coisa que eu não consigo. Pode ser também porque o que ela sentiu teve tanta ênfase, e eram tão mais profundos que os meus, que ela passava facilmente para palavras, vai saber né?

Não entendi ainda porque ela se tornou minha favorita, mas posso dizer que se eu pudesse escolher ser uma outra pessoa que já tivesse vivido, seria ela. Eu não escolheria Agelina Jolie, Britney Spear ou Top Models famosas. Aliás, o fato da beleza externa não me impressiona nem um pouco, muito menos um muito. Beleza um dia deixa de existir, os peitos caem, as rugas aparecem mas os conhecimentos adquiridos pela vida nunca somem, muito pelo contrário cresce cada vez mais. Bom isso né? E o melhor de tudo é que Florbela era linda em todos os aspéctos. Se ela vivesse nos tempos atuais eu a pediria em namoro. Realmente acredito ter um romance com ela, uma coisa proibida sabe?

Nossa, quanta besteira em um post só, mas ela me deixa assim, pensando besteiras, pensando em como a vida podia ser melhor se as pessoas fossem simples, se tudo fosse fácil, e o mais importante, se todos conseguissemos traduzir sentimentos em palavras.

Lágrimas ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!


Florbela Espanca