Monday, July 24, 2006

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eu sinto quando chove, uma grande sensação de vida. não sei se é porque lembro de nós andando devagar enquanto caía a chuva fina do céu, de mãos dadas, sem se importar com o que pesavam, ou se é porque me dá saudades de quando eras minha, e hoje percebo que não és mais.
sinto vida, porque meu coração bate, mas bate apertado e devagar. e tudo me parece complicado sem você comigo. o que vem do céu, com o dia nublado, parece transparecer meus pensamentos e sentimentos inacabados.
não adianta eu tentar dizer que não gosto mais de você, porque és parte de mim, e eu me engano pensando isso. e eu penso em você todo o dia, e eu guardo as lembranças, em especial as não concretas, pois essas ninguém pode me roubar, nem tentar apagar.
ninguém enxerga o que se passa dentro da minha mente, e os meus sonhos lúcidos eu não conto, levo pra mim.


que droga é essa?

Thursday, July 20, 2006

aflição

De tanto procurar, quando cansei achei um corpo pra amarrar minha alma. E é linda, suas tão minhas reluzentes mechas louras em um cabelo castanho. Podia ver até mesmo com os olhos fechados, e cada vez mais me surgia. Era quente, que em murmúrios lhe dizia desejos, vozes de veludo suaves. As suas mãos de quem sempre tocara uma canção de paixão, que arde e queima não se sabe onde. E a saliva vinha doce em minha língua, escorrendo por entre os lábios numa troca de carinhos. Por viver a eternidade em momentos cálidos com ela. Transcrevendo amores por entrelinhas de cobiças e vícios, pecados. Só com ela, por ela. Talvez por isso me dói tanto essa distância.



Faz tanta falta o teu amor.

Monday, July 17, 2006

sem fim

Se o teu silêncio pudesse me calar. E se as tuas dúvidas fossem as minhas respostas, meu amor, precisamos abrir os olhos e ver o mundo que nos segue.
Volta e meia há alguém como eu a te observar de longe, fechado e inquieto. Sem aproximações que o medo impede.
O amor me consumiu, me reprimiu. Não é reciproco, posto que nem sei se é verdadeiro da minha parte. Não consigo ainda distinguir amor de paixão, é tudo tão incerto.
Ao leve som de de pianos e violinos eu me vejo ao teu lado, denovo. Eu escuto teus risos, tua voz. Eu consigo sentir teu toque, tuas mãos geladas em minha nuca, teu perfume. Consigo ver teus medos, sentir teus desejos e tentar saciar a sede, tão diferentemente exótica.
Eis que teu nome não sai mais da minha boca, nem a tua imagem da minha memória.

eu me sinto incompleta.

Wednesday, July 12, 2006

remate.

é nos momentos mais difíceis que eu (especialmente individualista) consigo explorar as palavras. rodo, giro, extrapolo. em frases, textos, palavras e significados. me sentindo sozinha e reprimida, num extenso vazio intenso. na beirada de um abismo ou poço, fica a merce de vocês quererem também definir aonde eu me encontro. eu não posso olhar pra um lado, e não é por culpa de um torcicolo, eu não sei de quem é a culpa, talvez nem exista um culpado. sem contar também que meu coração foi devastado. ele tinha vida, tinha! não tem mais. e a minha boca que teima em exclamar resmungos de risadas, e o nervosismo espremido em espirros. prestem atenção no olho, enquanto ela ri, os olhos.. vejam os olhos! num pranto alucionogeno fingem chorar pelas gargalhadas. simplesmente, não existem. e alguém se importa? seria por total responsabilidade do individualismo visto por outros olhos como egoísmo? ora bolas! quem nunca amou de querer pra sí, trancar-se no quarto e viver entre duas? mas e se é distante? e se tem que ir atrás? que porra é essa de falta de vontade? que tamanho que é esse amor taxado de infinito?

eu nunca consigo achar um fim.