Wednesday, May 24, 2006

mentiras..

tendo-o na mão, e saindo pela boca, arrancando meu coração com ímpeto e o deixando morrer, ofegante e disparado, em suspiros, perdidos e desvairados sussurros sem fim. cansado de bater cai em lentos movimentos até chegar aos teus pés. meu coração aos teus pés. pisa nele que te quer, e a mim deixa viver, sem coração uma mulher, não tem porque sofrer.

é por ai que se vê, o quanto pode sofrer alguém por peder um grande amor pra ninguém. em pensar como ela te fez sofrer e agora voltas correndo com ar feliz me deixando em desalento. sofre uma mente, um coração um mar de rosas, tranforma tudo que pode em tragédia. oh, simples teatro que foi viver um amor de quatro dias, alimentar uma eternidade em momentos e deixar morrer em segundos. triste o que não ama, rude o que não sofre, sofredor o que perde.

Monday, May 22, 2006

sangue..

ela sabe que não mais vai ter palavras, que nunca as teve. e imagina que mesmo com rastros de lágrimas e de morte no chão, não molha o bastante pra voltar a nascer os sentimentos. corre sobre a pele o vermelho do sangue do coração, e a cada gota caída um sussurro de não. imagina então quantos nãos terá de ouvir a mulher que agora é indefesa, ela mesma preferiu se ferir a deixar que o mundo a tocasse de maneira que a feichasse pra tudo. após o dia passar, e ela sem mencionar nada, ambas notam quais as qualidades e defeitos sem falar uma se quer palavra em voz alta, apenas cochichos no vácuo de uma sala. busca dentro da bolsa o que lembra ter ganhado um dia. eis que surge a lembrança, como em um filme, e as gotas de cristais profundas e amargas voltam a rolar. ela olha pro chão sem querer ser notada, evitando olhares propostos a outros seres que não os olhos dela, aquela que ama e que quer. longe já não consegue enchergar direito, e tudo que sobra é uma garrafa de vinho tinto suave, mas que no momento parece seco por matar as amarguras. ela tentou deixar tudo, mas nada queria a deixar, tentou voltar atrás, mas já não adiantava o sangue que escorria era terno e quente, e fervia borbulhando como gotas de amor sem fim.

Saturday, May 20, 2006

indif..

lembra tudo que eu te disse no bar naquele sabado chuvoso e friolento? lembra de tudo que eu prometi na sexta feira nublada? e do que eu reclamei no domingo de sol? não lembra? insignificantes mesmo. lembra do meu primeiro erro? também lembro. do primeiro pedido de desculpas? você não lembra? eu lembro assim, mais ou menos. e quantos mais vieram depois.. você lembra? lembra do teu primeiro erro? eu também não lembro do teu pedido de desculpas. não, eu não tenho mais vontade de nada contigo.

Wednesday, May 10, 2006

caindo..

levemente, a chuva cai rosa nesta tarde, e da janela eu vejo as gotas de cristais translucidas cairem mais rápido que eu, que meus pensamentos, que meus atos, que minhas forças, que minha vida, que meu tempo. cai de forma acelerada, diversificada, em vários timbres, e sons e tamanhos. mas sempre rosa, sempre fofa, sempre molhada, sempre fina. cai no cabelo, molha o rosto, escorre entre as palpebras e deixa se confundir com lágrimas. mas lágrimas são salgadas, e as vezes amargas e a chuva é sempre rosa, fofa, molhada, fina e doce.

Sunday, May 07, 2006

o fato é que..

o algodão branco visto no céu escuro,
não são nuvens vistas em dias de sol,
o algodão é branco/rosa e doce,
mas o céu é amargo,
meu amar-go céu da boca,
que de tanto amar outras bocas,
vem a ti dizer sem medo,
que te ama em sonho, ou desejo.
sem medo e cheio de ternura,
que te quer em algumas ruas escuras,
e pegar-te sem largar jamais.

meu céu em açucar transformou-se,
e agora espera por teu beijo doce,
para em estrelas luminosas se partir.

Thursday, May 04, 2006

e se..

e se realmente importassem os fios de cabelo fora de lugar, as gordurinhas a mais, as espinhas, a meia rasgada, a blusa já não tão branquinho e o tênis furado? e se importasse a maquiagem mal feita, as unhas não pintadas ou roidas..

mas não, não importa. lembranças e só.

Wednesday, May 03, 2006

saudades.

quando eu realmente vejo que não consigo nomear sentimentos, me pego pensando na mesma pessoa de sempre. não que eu tente evitar pensar nela, mas é que não é momentâneo, é a tarde inteira, o dia inteiro e por incrível que pareça, até nos meus sonhos existe uma perseguição.

por que? porque nos meus sonhos, eles deixam de ser meus, e se tornam nossos. sim, nossos sonhos, meus e teus. são lúdicos, mas eu posso mesmo te tocar, sentir, beijar. eu acordo chorando, recordando e me dizendo pra esquecer. mas ninguém, ninguém entende como é difícil? e se ninguém intende, é porque ninguém amou?

não são só lembranças, acredito que exista uma história toda pela frente. haverão os que vão concordar, e os que irão contra. mas o que importa? somos eu e você, não acha que basta? se no mundo houvesse só você, eu estaria completa. é claro que faltariam amigos, mas a maior parte do meu coração é sua, portanto eu estaria completa com você, não acha?

e quando eu vejo o teu rosto, sério ou as vezes com um sorriso, bochechas rosadas de vergonha, lembro-me tão claramente do dia em que fiquei te observando por horas, parecia que eu sabia que seria a última vez que eu te veria sendo só minha.


e eu não vou, porque não consigo, dar um fim a este texto pois existem esperanças de um final, quem sabe, feliz.